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Vinicius de Moraes: Música & Literatura

Ilustração de Guilherme | Arte de Banco de Rimas

A felicidade é um coisa louca
Mas tão delicada, também
Tem flores e amores de todas as cores
Tem ninhos de passarinhos
Tudo isso ela tem
E é por ela ser assim tão delicada
Que eu trato sempre dela muito bem.
(Trecho do poema A Felicidade)

Vinicius de Moraes, conhecido como o memorável “poetinha”, foi um dos maiores poetas em língua portuguesa de todos os tempos, além de cantor, compositor, dramaturgo, jornalista e diplomata brasileiro, e a obra dele contribuiu imensamente para a literatura e a música nacional.

Por isso, o Banco de Rimas decidiu dedicar dois textos a esse grande artista. O primeiro se concentra na biografia de Vinicius de Moraes e o segundo em sua obra.

Aprenda mais sobre esse grande poeta brasileiro!

Biografia de Vinicius de Moraes

Foto: Reprodução

Marcus Vinicius da Cruz de Mello Moraes nasceu em outubro de 1913, no bairro da Gávea, no Rio de Janeiro.

Desde pequeno, ele já demonstrava uma grande inclinação para a arte. A irmã de Vinicius, Laetitia Cruz de Moraes, em seu texto Vinicius, Meu Irmão, conta que ele iniciou sua vida literária escrevendo seus primeiros versos quando tinha quase 8 anos de idade. Eram versos simples, sobre situações e manias familiares, mas ele já seguia instintivamente a métrica e a rima certas.

Mais tarde, aos 14 anos, Vinicius formou um pequeno grupo musical com os irmãos Haroldo e Paulo Tapajós. No ano seguinte, ele assinou suas duas primeiras composições: Loura ou Morena (com Haroldo) e Canção da Noite (com Paulo).

Nessa época, Vinicius de Moraes aumentou sua produção de poemas e seu primeiro livro de poesia saiu 6 anos mais tarde, em 1933. O título era O Caminho para a Distância, e continha 40 poemas.

Depois de lançar mais 3 livros, em 1938 Vinicius de Moraes foi para a Inglaterra estudar Língua e Literatura Inglesa. Foi lá que Vinicius se casou pela primeira vez, e só voltou ao Brasil em 1939, por conta da Segunda Guerra Mundial.

Nesse momento, ele também escreveu o famoso poema Soneto da Fidelidade, dedicado à sua esposa, Beatriz Azevedo de Mello. Veja um trecho do poema, seguido pelo vídeo de Vinicius recitando e cantando:

De tudo, ao meu amor serei atento antes
E com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento

Em 1953, Vinicius se envolveu novamente com a música, compondo sambas junto com seu amigo Antônio Maria e conhecendo Tom Jobim, uma de suas futuras parcerias musicais.

Dois anos depois, Vinicius de Moraes começou a escrever a peça de teatro Orfeu da Conceição. No ano seguinte, 1956, para compor as músicas da peça, ele e Tom Jobim formaram sua parceria musical.

Desse ano em diante, Vinicius de Moraes entrou de vez no mundo da música popular e deixou sua respeitável carreira como poeta em segundo plano.

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Foto: Reprodução (Tom Jobim ao piano e Vinicius de Moraes)

Com a sua grande bagagem poética, Vinicius revolucionou a qualidade das letras da MPB, fazendo parcerias musicais e lançando grandes sucessos com Tom Jobim, tais como:
– Chega de Saudade
– Eu Sei Que Vou Te Amar
– A Felicidade
– Garota de Ipanema

Suas contribuições musicais e poéticas impactam não só o Brasil, mas o mundo. Mesmo após sua morte, em 9 de julho de 1980, as criações de Vinicius continuam a encantar a todos nós.

“De todos nós, Vinicius foi o único que viveu como poeta”
– Carlos Drummond de Andrade

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Curiosidades sobre Vinicius de Moraes

● Vinicius de Moraes teve 9 casamentos.
● O poeta precisou pedir empréstimos a amigos e se endividar para conseguir apresentar a peça Orfeu da Conceição no Theatro Municipal.
● A peça Orfeu da Conceição foi apresentada durante três noites e entrou para a história como a primeira vez em que 36 negros se apresentaram no panteão das artes cênicas brasileiras.
● Foi diplomata de carreira – ingressou no Itamaraty por concurso, em 1942, serviu em Los Angeles, Paris e Montevidéu e cultivou amizades e admiração nos círculos artísticos e diplomáticos que frequentou. Tornou-se diplomata não por vocação, mas para organizar suas finanças. Não passou na primeira vez que prestou concurso, por sugestão de seu amigo Oswaldo Aranha, não passou. Levava livros e apostilas para a Praia de Ipanema e estudava lá até anoitecer. Chegou a ter aulas com o filólogo Antônio Houaiss e, na segunda tentativa, passou no concurso de diplomacia.
● Ele tinha medo de voar e dizia que “Avião é mais pesado que o ar, tem motor a explosão e foi inventado por brasileiro. Não pode funcionar”.
● Ele era amigo de Carmen Miranda – principalmente na época em que morou na Califórnia – e também fez amizade com Walt Disney.
● Conta-se que Vinicius gostava muito de ficar na banheira, sendo este o seu lugar preferido para ler, compor e escrever seus poemas.

Garota de Ipanema, a música de Vinicius e Tom Jobim, é considerada uma das músicas com mais versões em todo o mundo, ficando atrás apenas de Yesterday, dos Beatles.
● A obra de Vinicius de Moraes revolucionou tanto a música popular brasileira que o biógrafo José Castello — em sua obra Vinicius de Moraes: o Poeta da Paixão — divide a história das letras na MPB entre Antes-de-Vinicius e Depois-de-Vinicius.

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Bibliografia:
http://www.multirio.rj.gov.br
http://www.funag.gov.br/
https://brasil.elpais.com
https://veja.abril.com.br

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